O dia que eu conheci Marco Arroyo

Por Pedro Emanuel Bernardino

No painel das “sete-e-meia” do dia “vinte-e-nove-de-agosto”, o evento “Encontros da Comunicação” assenhoreou duas personas integradas ao segmento literário de São Paulo, especificamente personas envolvidas na organização da “Bienal do Livro”, evento que residirá, novamente, no distrito do Anhembi da Cidade de São Paulo. Yve de Oliveira, escritora paulistana, e Diana Passy, curadora da “Bienal do Livro de SP”, discorreram sobre a importância dos eventos literários no Brasil.


Conheci Marco Arroyo pessoalmente. Um senhorzinho de sessenta-e-seis anos de idade que, após eu perguntar-lhe “O que é melhor: ser lido, ou vender?” ele me respondeu, acredito, honestamente que escreve para ser lido, apenas. Isso me impactou. Pois, talvez pela ignorância juvenil, como escritor, a ânsia de ser famoso e reconhecido viria, certamente, após as vendas. Isto me levou a um “círculo-de-corrida-sem-fim” e que talvez possa ter sido rompido pel interação que tive com o escritor.


Eu estava sentado, disposto à poltrona perto da porta… Saída estratégica para quem é adepto ao tabagismo… Ele se sentou bem ao meu lado, poltronas coladas, sentou-se com sua câmera “Canon 18-80 mm” — imagino ser, mas não reparei bem… —, e ficou alí, fotografando o painel.


Em dado momento, foi dada uma abertura para a interação com o público. Visto que eu estava no fundo, eu sabia que a tendência era o microfone permanecer lá na frente. Na frente do Anfiteatro. Foi então que cruzei o rubicão entre nós.


O Escritor, nascido no Chile e naturalizado brasileiro, foi simpático, aberto, receptivo ao meu questionamento… Algo como “escrevo, hoje, pois gostaria de deixar algo para meus netos…”ressoou em meu ser. Tive uma percepção de mim mesmo, enquanto artista, sempre apegado ao ato egóico juvenil e respondi “senhor Marcos, espero um dia chegar à sua idade, com esse pensamento — escrever para ser, enfim, lido —...”. Ele respondeu “...Me chame só de Marco…”. Trocamos contatos, falamos sobre os clássicos russos e, no final, algo aqueceu meu coração, enquanto ainda rolava o painel das “sete-e-meia” do dia “vinte-e-nove-de-agosto”...


Sobre o painel, sobre “eventos literários”... Por que os livros estão cada vez mais caros?

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